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Liderança feminina: Importância e desafios nas empresas

Tarsiane Diniz

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Liderança Feminina

Qual a importância e os desafios da liderança feminina nas empresas

Os números mostram que há avanços quando olhamos para mulheres na liderança, mas ainda bastante desigualdade de gênero em funções estratégicas das corporações

O mundo mudou e as empresas também. As discussões sobre diversidade são uma realidade palpável – e muito se deve ao movimento pela equidade de gênero nas corporações. Diversas abordagens vistas inicialmente como características femininas, como uma abertura maior ao diálogo e à cooperação, hoje fazem parte da cultura organizacional das empresas e são vistas como fundamentais para qualquer líder.

Mesmo assim, embora os números mostrem que há avanços nesse campo, ainda há bastante desigualdade de gênero em funções estratégicas das corporações. Ainda existe um grande desequilíbrio de influência e remuneração, com as mulheres sendo excluídas de cargos de liderança, ou ganhando menos do que seus colegas homens. As próprias organizações, porém, além das equipes e da comunidade em geral, têm muito a ganhar ao buscar uma distribuição mais igualitária de salários e poder.

Principais desafios da liderança feminina nas organizações e como superá-los

Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda existem desafios significativos para a liderança feminina nas empresas. Um dos principais é a discriminação de gênero, que pode se manifestar em diversas formas, desde o acesso limitado a oportunidades de carreira até a dificuldade de ser levada a sério como líder.

Além disso, as mulheres na liderança muitas vezes precisam conciliar as responsabilidades profissionais com as demandas da vida pessoal, uma vez que a falta de equidade nas atividades não é uma característica do mundo corporativo, mas, sim, reflexo da sociedade.

Para superar esses desafios, portanto, é importante que as empresas adotem políticas e práticas que promovam essa igualdade e criem um ambiente inclusivo e acolhedor para todas as pessoas.

Desigualdade salarial nos cargos de liderança

Uma pesquisa realizada em 2021 pela Catho mostra que as mulheres ganham menos que homens em todos os cargos de liderança. A diferença salarial média é de 34% – maior do que a registrada na população em geral do Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de alguns anos em queda, a diferença de remuneração entre homens e mulheres voltou a subir e atingiu 21% no fim de 2022.

O governo federal apresentou, em março, um projeto de lei que prevê salários iguais para homens e mulheres que exerçam a mesma função, com a determinação de que empresas com mais de 20 empregados publiquem relatórios de transparência salarial. Há outros textos similares sendo analisados na Câmara dos Deputados.

Independentemente dos avanços do poder público, porém, transparência salarial é um tema que deve ser discutido nas empresas. É importante que as organizações sejam abertas em relação à remuneração de seus funcionários, o que ajuda a promover a equidade salarial.

Equidade de gênero no mercado de trabalho

No Brasil, segundo dados da pesquisa Women in Business 2022 da Grant Thornton, apenas 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. Além disso, de 250 empresas, 6% não mantêm mulheres em nenhum cargo de liderança.

Mas há algumas melhoras: a presença de mulheres líderes cresceu nos últimos anos – em 2019, era de 25%. O Brasil também está levemente melhor do que a média da América Latina (35%), embora ainda esteja atrás de outros países em desenvolvimento, como África do Sul (42%), Turquia (40%) e Filipinas (39%).

Educar e conscientizar as pessoas sobre a importância da igualdade de gênero no mercado de trabalho é de suma importância para alterar este cenário, mas é fundamental que as empresas estabeleçam políticas de igualdade de gênero, com medidas concretas para promover a equidade salarial e a promoção de mulheres para cargos de liderança.

Vida familiar vs. profissional: por que essa questão só existe para mulheres?

A divisão tradicional de papéis de gênero leva a uma situação em que as mulheres geralmente enfrentam mais dificuldades em conciliar as demandas profissionais e familiares, pois, muitas delas, precisam lidar com uma dupla jornada de trabalho. Segundo dados do IBGE, as mulheres brasileiras dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas.

No entanto, uma mudança cultural e social está ocorrendo lentamente e muitos homens estão assumindo um papel mais ativo na criação dos filhos e nas tarefas domésticas. As empresas também estão começando a reconhecer a importância da conciliação entre a vida familiar e profissional para todos os funcionários, independentemente do gênero, e estão implementando políticas mais flexíveis de trabalho para atender a essa necessidade.

Em 2023, grandes companhias, como a petrolífera Shell, a farmacêutica Haleon e o banco JP Morgan, estão aumentando o tempo de licença-paternidade no Brasil – que, por lei, é de apenas cinco dias, para trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos. A adoção de políticas de trabalho mais flexíveis para que os homens possam participar da vida familiar também podem ajudar a alcançar uma maior equidade nesse sentido.

Síndrome de impostora

A síndrome da impostora é um fenômeno psicológico em que uma pessoa dúvida de suas próprias conquistas e habilidades e tem um medo constante de ser descoberta como uma fraude. A condição pode afetar qualquer pessoa, independentemente do sexo. No entanto, existem evidências que sugerem que as mulheres – e pessoas de minoria étnicas – são mais propensas a sofrerem da síndrome de impostora do que os homens.

E isso vale até para as mulheres que chegaram a cargos de liderança. Um estudo da KPMG com mais de 700 participantes, por exemplo, mostrou que 75% das executivas de todos os setores já experimentaram a síndrome da impostora em suas carreiras. A pesquisa mostra ainda como as empresas podem ajudar nesses casos: 47% das executivas apontaram que ter o apoio da liderança é o principal fator para reduzir a síndrome da impostora.

A promoção do trabalho em equipe e de uma cultura inclusiva, que compreende as necessidades do indivíduo, é especialmente importante para evitar esse transtorno: 25% das mulheres disseram que fazer parte de uma equipe colaborativa ajuda a criar um sentimento de pertencimento que se opõe à síndrome da impostora.

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D&I: O impacto positivo da diversidade na cultura organizacional e nos resultados

A diversidade e a inclusão são extremamente importantes para a cultura organizacional e podem ter um impacto muito positivo nos resultados de uma empresa. Seja combatendo a desigualdade de gênero ou o preconceito racial, a importância da diversidade – e de metas concretas para alcançá-la – é cada vez mais óbvia

Aumento na criatividade, engajamento e satisfação dos funcionários, melhores decisões e maior alcance de mercado, entre outros benefícios já demonstrados por várias pesquisas, são alguns dos motivos pelos quais a diversidade importa.

De acordo com pesquisas da Deloitte, por exemplo, citadas no nosso relatório DIEP na Prática, há muitas vantagens da liderança feminina. De acordo com os dados, por exemplo, ela pode melhorar em 17% o desempenho das equipes, em 20% a qualidade das tomadas de decisão e em 29% a colaboração entre equipes.

Ganhos da liderança feminina nas organizações

Muitas organizações estão descobrindo que a liderança feminina no mundo corporativo traz uma ampla gama de benefícios, incluindo estilos de liderança mais cooperativos, capacidade de cooperação e flexibilização, empatia e relacionamento interpessoal.

De acordo com a Harvard Business Review, mulheres que trabalham em cargos gerenciais têm pontuações mais altas do que os homens em doze das dezesseis principais qualidades de liderança – incluindo colaboração, resiliência, iniciativa e pensamento inovador.

Um estudo da Korn Ferry teve resultados semelhantes, concluindo que as mulheres são melhores no uso de soft skills cruciais para uma liderança eficaz e um melhor desempenho dos negócios. A pesquisa analisou dados de mais de 55.000 profissionais de todo o mundo e descobriu que as mulheres líderes eram mais propensas a criar um ambiente de trabalho colaborativo e a incentivar a participação e a diversidade de opiniões.

O departamento de Recursos Humanos é crucial para promover a transformação cultural das empresas e incentivar mulheres na liderança – e um passo importante para isso é o treinamento dos líderes deste e de outros setores da empresa. Na Hult EF, todos os programas de educação executiva incluem módulos de diversidade e inclusão, seja sobre equilíbrio de gênero, diferenças culturais ou diversidade cognitiva, temas que com certeza só vão ganhar importância para o desenvolvimento organizacional.

Tarsiane Diniz

Tarsiane Diniz

Latin America Communication, Marketing & Social Transformation Director at Hult EF

Marketing, Public Relations, and Social Transformation Professional always willing to bring her creative eye and energy to connect people and common goals.

I believe my career is not about the digital campaigns I launch or the events I host. It's about the positive impact I can generate, about the transformations I lead and the results I produce for my team, the company I work for, and society.

My life trajectory has made me a person who “dreams big”, which makes me see opportunities in all places and people. People can change the world and the differences between us make the world better.

Get in touch on LinkedIn https://www.linkedin.com/in/tarsianediniz

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