Tendência de Liderança para 2023: Como liderar equipes de forma eficaz mirando no profissional do futuro

Destacamos oito características de um bom líder de Recursos Humanos. São habilidades às quais profissionais dessa área devem estar atento ao longo deste ano

Com o avanço da tecnologia e as mudanças constantes no mercado de trabalho, a liderança empresarial também precisa se adaptar e evoluir para acompanhar as tendências do futuro – e é importante saber para onde olhar em cada momento.

A valorização dos colaboradores, por exemplo, desponta como uma das grandes questões para a gestão de pessoas moderna, como mostra uma pesquisa global da PwC. Desenvolvimento de habilidades, upskilling e abordagens flexíveis estão entre as medidas esperadas pelos talentos para decidirem trabalhar e ficar em uma organização.

É fato que existem vários tipos de liderança, que funcionam de forma diferente, mas algumas características de um bom líder são essenciais independentemente do estilo.

Hoje, principalmente, há uma grande ênfase na capacidade de usar tecnologia e entender dados – as chamadas digital literacy e data literacy. Mas, em meio a tantos avanços, também há uma busca por novos estilos de liderança, que trazem ênfase, por exemplo, em abordagens humanizadas, de contato e conversas no mundo real.

É sabido que a maturidade tecnológica é de suma importância para o sucesso das organizações. Um bom líder é aquele que sabe incorporar a tecnologia nos negócios, equilibrando preocupação com o futuro e os resultados no presente.

Uma pesquisa recente da IBM aponta que 78% dos líderes empresariais brasileiros vão investir em tecnologia este ano – as principais implementações serão de 5G, mas recursos de ponta como inteligência artificial e nuvem híbrida também estão no horizonte.

É preciso, porém, ter muita atenção para que a tecnologia não se torne um empecilho. As horas gastas respondendo emails e mensagens de aplicativos como o WhatsApp, por exemplo, são, hoje, um dos grandes problemas da gestão de tempo nas empresas.

Enquanto o uso de dados se torna algo cada vez mais comum na vida das organizações, a chamada data literacy, a capacidade de analisar e extrair significados desses dados e comunicá-los para outras pessoas, tem ganhado muita atenção nos últimos anos.

Os líderes de uma empresa não precisam ser especialistas, mas precisam entender o suficiente de dados para que possam usá-los de forma estratégica. Uma liderança moderna não é possível sem a habilidade de usar dados para orientar a tomada de decisões – e a habilidade de olhar de forma crítica e saber quando questionar os resultados.

Também cabe aos líderes a tarefa de garantir que a empresa tenha uma cultura de confiança nos dados. Segundo uma pesquisa sobre data literacy, feita pela Forrester em 2022, 79% dos líderes dizem que os colaboradores recebem treinamento em dados, mas só 40% dos funcionários acreditam que a empresa promove as habilidades de data literacy que são esperadas deles.

As conversas one-on-one permitem que os líderes se conectem individualmente com seus funcionários e construam relacionamentos significativos, além de ajudar a identificar problemas e oportunidades de desenvolvimento para cada membro de sua equipe.

Segundo uma pesquisa global da Gartner, talento escasso é um dos principais desafios para os líderes de RH em 2023: metade dos CHRO entrevistados acredita que a competição por talentos vai aumentar. Nesse cenário, a retenção de colaboradores é extremamente necessária, e um bom one-on-one se torna uma ferramenta valiosa.

Comunicação, adaptabilidade, pensamento criativo. Há várias habilidades diferentes em alta para os líderes empresariais, mas o que todas têm em comum é a busca por um ambiente diverso e inclusivo, no qual os desafios do futuro sejam encarados de forma rápida e eficaz.

A liderança adaptativa não é apenas a capacidade de um gestor de se adaptar a diferentes situações. Nesse estilo de liderança, um bom líder é aquele que consegue mobilizar pessoas para que elas consigam se adaptar rapidamente a novas realidades.

O conceito de liderança adaptativa foi elaborado por Ronald Heifetz, cofundador do Centro de Liderança Pública da escola de administração pública de Harvard.

Baseado na Teoria da Evolução, de Charles Darwin, Heifetz defende que três questões fundamentais devem ser levadas em consideração ao encarar problemas:

• Quais comportamentos, práticas e costumes devemos manter?

• Quais devemos descartar?

• Quais inovações devemos implementar para nos adaptarmos e conseguirmos evoluir?

O livro The Practice of Adaptive Leadership: Tools and Tactics for Changing You Organization and the World, escrito por Heifetz, Alexander Grashow e Marty Linsky é um bom ponto de partida para estudar o tema, que ganhou muita tração no pós-pandemia.

Pensar criticamente é analisar questões com base em evidências concretas para chegar a suas próprias conclusões, em vez de apenas aceitar as informações recebidas. Pode parecer uma coisa óbvia, mas essa é uma das 20 habilidades do futuro listadas pelo best-seller internacional Bernard Marr no livro Future Skills: The 20 Skills and Competencies Everyone Needs to Succeed in a Digital World, publicado em 2022.

O futurista alemão afirma que o pensamento crítico é "uma das habilidades mais vitais a serem cultivadas para o sucesso futuro". "Com o grande volume de informações que recebemos diariamente – e com a disseminação de notícias falsas e bolhas de mídia social – a capacidade de analisar evidências, avaliar a confiabilidade de uma fonte e pensar criticamente está se tornando mais importante do que nunca", escreve Marr.

A criatividade é um outro caminho para chegar a um ambiente de trabalho mais flexível – e, assim, conquistar jovens talentos. Na liderança criativa, os colaboradores têm mais participação nas decisões da organização, em um ambiente em que o compartilhamento de ideias e experiências é altamente fomentado.

De forma geral, o pensamento criativo se faz importante em todos os níveis organizacionais, pois é uma das formas mais eficazes de resolver o problema de como tornar as empresas mais inovadoras. Gerar novas ideias é um ponto de partida importante para garantir o sucesso no mundo dos negócios, e novas ideias necessitam de inspiração.

Criatividade, porém, é uma habilidade do futuro que não é fácil de ser treinada – a maior barreira seja exatamente a falta de conhecimento sobre como fazer. A abordagem precisa ser um pouco tangencial, com o foco na entrega de novas experiências e situações, como aprender novas habilidades ou sobre uma cultura – ou idioma – diferente.

Saber se comunicar é uma habilidade crucial para líderes, isso é um fato. Mesmo assim, segundo uma pesquisa realizada em março de 2023 sobre tendências da comunicação interna, engajar as lideranças como comunicadores é o principal desafio da comunicação interna no Brasil. Outro ponto do estudo é que 68% das organizações mantêm conversas estruturadas entre gestores e seus subordinados, porém apenas 38% incluem a competência de comunicação das lideranças na avaliação de desempenho.

A comunicação eficaz é essencial para a liderança empresarial, pois permite que os líderes transmitam claramente suas expectativas, objetivos e visão para a equipe, além de ajudar a garantir que todos estejam na mesma página e trabalhem juntos de maneira eficaz. Além disso, a comunicação eficaz também ajuda a construir relacionamentos positivos entre líderes e funcionários, o que pode levar a uma maior motivação e engajamento.

Não é nenhuma novidade que o trabalho em equipe é importante para que as empresas atinjam seus objetivos. O autor Jon Katzenbach, que é diretor da Strategy&, tem escrito sobre isso desde o começo dos anos 1990, em livros como o bestseller The Wisdom of Teams (1992) e sua continuação, The Discipline of Teams (2001).

Colaboração, entretanto, é uma ideia que está ligada a uma cultura maior do que a forma como as equipes de alta performance se comportam internamente: inclui, por exemplo, uma mudança na forma como informações, conhecimentos e habilidades são compartilhadas por toda uma organização, deixando todo o processo cooperação mais rápido e transparente.

Além disso, no século 21 a colaboração efetiva não é possível sem o avanço das pautas de Diversidade, Inclusão, Equidade e Pertencimento (DIEP). Um ambiente diverso e inclusivo é fundamental para o trabalho colaborativo. De acordo com pesquisas da Deloitte, citadas no nosso relatório DIEP na Prática, uma liderança inclusiva tem o potencial de melhorar em 17% o desempenho das equipes e em 29% a colaboração entre as equipes.

Um dos principais desafios para 2023 será lidar com tempos incertos e imprevisíveis. A liderança precisa ser ágil e adaptável, capaz de tomar decisões rápidas e eficazes em resposta a mudanças repentinas nas condições econômicas, sociais e políticas.

E, mesmo nesse cenário de dificuldades, é necessário promover as pautas DIEP, criando um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor para todos os funcionários, e liderar esforços para promover práticas sustentáveis e responsáveis em todos os níveis da organização.

Na Hult EF, oferecemos programas de Educação Executiva que tem no foco a importância da liderança nas empresas. São jornadas focadas nas competências e comportamentos de liderança mais relevantes para o mundo atual, com soluções personalizadas para as necessidades dos indivíduos e das empresas.