Como a resiliência na liderança impacta na inovação da empresa

Líderes resilientes conseguem comunicar melhor desafios e oportunidades e inspiram outros profissionais do time a desenvolverem a mesma habilidade

A resiliência já se tornou uma habilidade essencial para as organizações enfrentarem desafios, superarem adversidades e impulsionarem a inovação. Mas, para além da capacidade de cada colaborador para lidar com o estresse, a busca por equipes resilientes é uma necessidade transversal de qualquer empresa.

Afinal, estar apto a se adaptar rapidamente é fundamental em um mundo corporativo em constantes mudanças e, não menos importante, para atravessar momentos de instabilidades socioeconômicas e políticas, como as que marcaram os últimos anos.

Adotar uma liderança resiliente inclui a capacidade de ressignificar obstáculos por parâmetros realistas, sem deixar que esse realismo afete o otimismo e a estratégia da companhia. A resiliência também impulsiona a criatividade e a busca por soluções inovadoras, e precisa ser refletida na cultura organizacional.

A resiliência humana é a capacidade de uma pessoa se adaptar, se recuperar e lidar de forma eficaz com situações desafiadoras, mudanças e estresse. É a habilidade de enfrentar obstáculos, superar fracassos e seguir em frente com flexibilidade e determinação.

É uma qualidade valorizada tanto no âmbito pessoal quanto profissional, pois permite que as pessoas se adaptem às demandas e mudanças do mundo ao seu redor, encontrando oportunidades em meio a desafios. A resiliência profissional não implica ausência de dificuldades, mas sim a habilidade de lidar com elas de forma construtiva e positiva.

Ou seja, trazendo a definição usada por Vicki Culpin, professora de Comportamento Organizacional da Hult International Business School, ser resiliente é "a capacidade positiva das pessoas para lidar com o estresse e a adversidade".

No webinar VUCA: Adapte-se e prospere em ambientes turbulentos, Vicki lista uma série de fatores que influenciam essa capacidade, divididos em três categorias:

• Fisiológicos: sono, exercícios, dieta;

• Psicológicos: confiança nas próprias habilidades, confiança interpessoal, autoconsciência, otimismo, rede de familiares e amigos;

• Organizacionais: controle, influência, flexibilidade e adaptabilidade, visão pessoal, conectividade social e a capacidade de aprender com feedbacks.

A resiliência emocional pode ser desenvolvida e fortalecida ao longo do tempo – mas, assim como um músculo, requer exercício e prática para crescer e se tornar mais resistente. Isso significa que, com esforço e dedicação, é possível aumentar a capacidade de lidar com os desafios.

A resiliência individual pode ser fomentada, mas a liderança corporativa precisa dar mais atenção para o trabalho de criar equipes resilientes. Embora não seja possível se preparar para tudo, suas equipes podem ser capazes de responder a qualquer coisa.

Mas, ainda que compartilhem algumas características em comum, existem diferenças importantes entre a resiliência individual e a resiliência de equipe. Enquanto a individual se refere à capacidade de uma pessoa lidar com desafios, a de equipe é sobre como esse processo se desenvolve em colaboração.

Isto é, refere-se à capacidade de um grupo de indivíduos enfrentar desafios coletivamente, se adaptar a mudanças e se recuperar de dificuldades de forma conjunta. É a habilidade de se unir e encontrar soluções criativas em situações desafiadoras.

Neste contexto, a resiliência pessoal de cada membro da equipe é só um dos fatores que influenciam na capacidade do grupo de reagir às adversidades. A diversidade da equipe, o nível de bem-estar, um estilo equilibrado de liderança e a positividade do grupo são tão importantes quanto.

Além disso, o equilíbrio entre as fontes de pressão e de suporte na organização também é essencial, assim como é importante se afastar da ideia de romantização do sofrimento, de que trabalhar horas a mais gera boa imagem ou é normal.

Mas o que é ser resiliente no trabalho e como você pode oferecer suporte aos seus colaboradores para fortalecer sua resiliência? Quais aspectos precisam ser aprimorados para assegurar que sua empresa seja capaz de resistir e progredir durante períodos de crise? Trudi West, docente e diretora de programa da Hult, afirma que há três fatores que influenciam resiliência em equipes.

O primeiro ela chama de "alinhamento". É uma combinação entre uma identidade em comum – o sentimento de pertencer a algo maior que si mesmo – e um objetivo em comum, que move as pessoas para frente. Em equipes com alta resiliência, a identidade é separada da performance – o que diminui o estresse quando algo dá errado.

A "capacidade" é o segundo fator listado por Trudi. Isto é, o desenvolvimento de habilidades e processos necessários para um grupo liderar e aprender juntos. É preciso, por exemplo, ter habilidade sociais como comunicação aberta e compaixão, mas também criar processos consistentes e claro, que diminuam a fricção.

O terceiro e último fator é a "autonomia", o quanto uma equipe tem liberdade para agir e se organizar, relacionada, sempre, com responsabilidade e controle. Equipes com alta autonomia respondem melhor às pressões e tomam decisões levando em conta os objetivos em comum estabelecidos entre os membros do grupo.

Esses conceitos foram desenvolvidos por Trudi em uma pesquisa com tripulações de barcos de corrida, que ela apresenta no webinar Sobreviver e prosperar: desenvolver a resiliência da equipe e gerenciar desafios dinâmicos imprevisíveis.

Líderes excepcionais nunca são indiferentes ao que ocorre ao seu redor: eles estão constantemente conectados em relação ao ambiente, compreendendo as demandas das pessoas, dos clientes e dos negócios. E, ao entendermos o que significa resiliência no trabalho, é indiscutível sua importância quando se trata de enfrentar desafios e promover o sucesso.

Quando o líder é uma pessoa resiliente no trabalho ele é capaz de se adaptar às mudanças, lidar com pressões e incertezas, e manter um senso de otimismo e estratégia mesmo diante de obstáculos. Líderes resilientes têm a habilidade de ressignificar os desafios, enxergando-os como oportunidades de aprendizado e crescimento.

Ao manter um equilíbrio entre o realismo e o otimismo, permitindo que a equipe reconheça os obstáculos, mas também acredite na busca por soluções inovadoras, os líderes desempenham um papel fundamental na motivação e no engajamento dos colaboradores.

Em suma, ao dividir esse conhecimento ele possibilita que seu time desenvolva também habilidades de liderança, capacidade de aprender e resiliência, multiplicando essa cultura na corporação. Eles se tornam agentes de mudança, promovendo a resiliência em todos os níveis da organização e criando um ambiente propício para a inovação, o crescimento e a adaptação em tempos de desafio.

Esta visão de uma cultura resiliência que se multiplica a partir dos líderes norteia alguns programas de Educação Executiva da Hult EF, como o de Liderança pessoal e Desenvolvimento de equipe, bastante adaptados para o desenvolvimento das qualidades de liderança e resiliência.

Aprender a lidar com desafios complexos enquanto treina sua equipe e demonstra resiliência pessoal é um dos focos desse programa. Além disso, oferecemos treinamento voltado a essa habilidade e alto desempenho para executivos sêniores como parte do nosso Coaching Individual focado no desenvolvimento pessoal.