Nos últimos anos vimos um crescente fluxo de pesquisas e interesse da mídia pela ascensão da liderança feminina nas organizações. Vimos em múltiplas publicações a afirmação das qualidades e capacidades positivas que as líderes mulheres agregam ao ambiente de trabalho. Além disso, estas qualidades são agora correlacionadas com níveis mais altos de performance de negócios em uma variedade de níveis.
Mulheres no ambiente de trabalho: Estabelecendo igualdade de gêneros
Judith Parsons
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Aqui estão alguns exemplos do impacto positivo das mulheres no ambiente de trabalho:
Ao longo de 2019 o Harvard Business Review (HBR) publicou pesquisas mostrando que as mulheres foram melhor avaliadas do que os homens na vasta maioria das competências de liderança;
O HBR novamente reportou em 2020 que as mulheres foram reconhecidas como mais capazes de liderar em uma crise;
A HBR relatou novamente em 2020 que as mulheres eram percebidas como mais capazes de liderar em uma crise
Também em 2020 o jornal Financial Times reportou que fundos especulativos dirigidos por mulheres superaram os dirigidos por homens durante a pandemia;
A consultoria Brand Finance reportou durante 2020 que diversos estudos mostraram que as qualidades frequentemente atribuídas a mulheres (e que são tipicamente rotuladas como “qualidades femininas” de liderança) foram correlacionadas com melhor performance e percebidas como mais desejáveis para liderança;
A revista Forbes publicou uma série de artigos confirmando que as organizações lideradas por mulheres (com CEOs e Diretoras) superaram as lideradas por homens em múltiplas mensurações – metas, resultados, retenções e engajamento.
Parece que os dados são conclusivos e que já não há mais dúvidas sobre a importância de incluir mulheres nas empresas, especialmente em cargos de c-level. Talvez também concluiremos que os argumentos para investimentos organizacionais no desenvolvimento de carreira especificamente para mulheres não podem mais ter o mesmo peso e a mesma urgência. As mulheres podem relaxar – elas conseguiram!!
Infelizmente, como sabemos, este não é o cenário completo. Apesar do tom animador de muitas das recentes pesquisas, a realidade é que o verdadeiro progresso ficou para trás. As mulheres ainda representam somente 1 a cada 5 nomeações de executivos de alto nível, e mulheres negras em uma proporção ainda menor. Além disso, estudos recentes sugerem que a pandemia tem sido mais um fator prejudicial.
Um recente relatório da consultoria McKinsey, datado de setembro de 2020, destaca a “nova urgência e os novos riscos” de conquistar os benefícios econômicos da paridade de gêneros. Cita que, em termos das médias mundiais, o progresso foi insignificante em muitos indicadores de igualdade de gênero, incluindo participação no mercado de trabalho, emprego formal e papeis de liderança. As estatísticas que mostram que as mulheres continuam em desvantagem em termos de educação, saúde, inclusão digital, inclusão financeira e outros indicadores-chave são ainda mais preocupantes.
Podemos muito bem supor que, se esses são dados globais, mulheres em economias avançadas terão vida melhor. Incontestavelmente mulheres em economias avançadas têm melhor acesso à educação, ao mercado de trabalho e à progressão na carreira. Entretanto, de acordo com a McKinsey, essas mulheres favorecidas compartilham uma proporção muito mais alta de insegurança no mercado de trabalho e estão mais propensas a serem negativamente afetadas na segurança de seus cargos pela automação. Além disso, os dados mostram que durante a pandemia retrocedemos em termos de dividir as cargas domésticas, com as mulheres assumindo mais do ensino aos filhos, cuidados e trabalho com o lar. Ouvimos de clientes que eles temem perder o talento das mulheres porque elas parecem estar lutando para equilibrar o trabalho e a vida pessoal e achando isso muito difícil. Alguns fizeram disposições progressivas e flexibilizaram suas políticas do ambiente de trabalho para ajudar.
De modo geral a evidência é que ainda temos um longo caminho para alcançarmos a igualdade de gêneros no mercado trabalho. Isso também confirma que devemos ter uma visão holística das mulheres e de seu valor no ambiente de trabalho. Não podemos simplesmente continuar colocando líderes mulheres em posições sêniores e não abordar as desigualdades subjacentes que afetam todas as mulheres no trabalho.
Mais e mais organizações estão focando em desenvolver comunicação eficaz em todos os níveis para ouvir mais vozes. Sem a habilidade de se comunicar e entender uns aos outros, construir inclusão, diversidade e igualdade na força de trabalho se torna ainda mais desafiador. Isso é algo que não podemos simplesmente ignorar.
Uma consequência positiva da pandemia é que mostramos que práticas laborais criativas e flexíveis são tanto possíveis quanto viáveis – a produtividade não foi por água abaixo. Este período da história é uma oportunidade para zerar e realmente abraçar o significado de ter um ambiente de trabalho e uma sociedade diversos e inclusivos.
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