Empresa global: o que significa ter uma empresa aberta para o mundo nos dias de hoje

Transformações tecnológicas que viabilizam expansão exigem atenção dos Recursos Humanos para programas de aprendizagem voltados ao mercado internacional

O objetivo de empreender no mercado global, por muito tempo visto como difícil de se alcançar, hoje é uma realidade para milhares de brasileiros. As transformações do mundo, especialmente tecnológicas, tornaram o sonho de tornar uma empresa global uma manobra mais possível para negócios nacionais do que em qualquer outro momento.

Mesmo assim, a internacionalização das empresas segue sendo uma operação com muitos desafios, seja na adaptação do produto ou serviço, seja na coordenação global necessária para a gestão de pessoas. Os líderes das organizações precisam estar preparados para garantir que esta seja uma operação de sucesso.

Mas apesar dessa evolução, de acordo com um levantamento da Fundação Dom Cabral (FDC), o Brasil possui pouco mais de 500 empresas internacionalizadas, o que representa apenas 0,01% do número total. Por outro lado, o tempo para iniciar a jornada de se tornar uma empresa global diminui, principalmente entre as companhias mais jovens.

Além disso, a cultura de aprendizagem e a comunicação intercultural são fatores cruciais para o sucesso das empresas globais no novo mundo do trabalho. Para dar o primeiro passo em direção a uma jornada internacional, portanto, é imprescindível garantir que a cultura organizacional esteja alinhada com tal objetivo.

Empresas globais são organizações que operam em vários países. Originalmente, o termo multinacional se referia a grandes empresas com uma estrutura organizacional completa. Mais recentemente, porém, é possível falar também de pequenas e médias empresas que têm uma abordagem global para gerenciar suas operações, recursos e estratégias.

As empresas globais geralmente têm a capacidade de atender a clientes em diferentes países e regiões, adaptando seus produtos e serviços às necessidades locais. As mudanças tecnológicas facilitaram bastante este processo, permitindo, por exemplo, e-commerce cross-border ou abertura de capital fora do país de origem.

A pandemia de Covid-19 também acelerou a formação de times globais, ao fortalecer a cultura de trabalho remoto. A necessidade de colaboração virtual e a busca por talentos em diferentes partes do mundo impulsionaram a formação desses times, compostos por profissionais de diferentes culturas e backgrounds.

Mas para além da tecnologia ou de outras estratégias de regionalização, o contexto dos times e empresas globais mostra o quão essencial é para o futuro do trabalho que os profissionais desenvolvam a habilidade de colaborar efetivamente em times multiculturais.

Isso requer uma compreensão e apreciação das diferenças culturais, a capacidade de se adaptar a diferentes estilos de comunicação e a disposição de buscar o entendimento mútuo. Além disso, é crucial promover um ambiente inclusivo, onde as vozes de todos os membros da equipe sejam ouvidas e valorizadas.

O termo "born global" refere-se a empresas que são estabelecidas desde o princípio com uma estratégia global. Tais empresas geralmente usam tecnologia para se conectar com clientes em diferentes partes do mundo e têm uma cultura empresarial que valoriza a flexibilidade, a agilidade e a inovação.

Nesse contexto, torna-se fundamental o investimento em educação corporativa com foco em jornadas como a de Comunicação Intercultural, desenvolvida por Hult EF, que facilita a rotina de colaborar internacionalmente, dialogando com diferentes culturas. Essa habilidade é primordial no desafio de entender o contexto de cada país e manter a qualidade do serviço ou produto tendo como foco a escala global.

Essa postura é ainda mais determinante nas organizações de maior maturidade organizacional, altamente impactadas pela digitalização e pela mudança de perfil do consumidor a partir das transformações da sociedade.

É preciso, assim, entender o contexto de outros países com cada vez mais clareza, tendo em vista não apenas os critérios a respeito do serviço oferecido como do ponto de vista de especificidades do setor em que atuam – como é o caso de empresas que lidam em segmentos cujas regulações variam muito de um país a outro, como as organizações do setor financeiro (bancos, empresas de segurança de dados, fintechs, entre outras).

Esse objetivo depende diretamente da colaboração global, facilidade por uma boa capacidade de comunicação intercultural.

Segundo uma pesquisa de 2016 da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as razões que mais motivam a internacionalização das empresas são o aumento nas vendas (72,7%), a diversificação de riscos (65,3%) e a proteção em relação à volatilidade do mercado doméstico (61,3%).

Os outros motivos citados no estudo da ApexBrasil, que ouviu CEOs e diretores de 229 empresas nacionais, completam a lista das vantagens de empreender fora do país.

• Atender clientes globais;

• Buscar inovação para produtos/serviços;

• Buscar eficiência nos processos da empresa;

• Proteger-se, no mercado doméstico, contra competidores internacionais;

• Ter acesso aos incentivos/vantagens (recursos, tecnologia etc) no país-alvo.

Isto é, ter uma empresa global oferece acesso a mercados maiores, diversificação de riscos, acesso a talentos globais e maior eficiência e vantagem competitiva. No entanto, operar em diferentes países também pode apresentar desafios únicos, como lidar com diferenças culturais, regulatórias e operacionais em diferentes mercados.

Tornar uma empresa internacional envolve algumas etapas importantes. Para começar, claro, é importante pesquisar o mercado global para entender a demanda por seus produtos ou serviços e identificar os mercados-alvo que oferecem oportunidades de crescimento.

Segundo os dados mais recentes da FDC, EUA, China, Chile, Holanda e México foram os principais destinos nos últimos anos de empresas brasileiras que estão iniciando operações em um novo país – seja a primeira experiência internacional ou uma expansão.

Encontrar parceiros locais é uma maneira eficaz de obter conhecimento para adaptar a estratégia de negócios. Além disso, para uma empresa global, entender as regulamentações locais é fundamental para atuar em um mercado estrangeiro, assim como adaptar a comunicação e o marketing para atrair e reter clientes em diferentes mercados.

Mas, às vezes, o principal trabalho é interno. De acordo com a Apex-Brasil, uma das principais barreiras na expansão para o exterior é a dificuldade que as empresas percebem em desenvolver uma estrutura organizacional internacional, incluindo garantir que a cultura corporativa seja entendida, entre outros pontos relacionados à gestão.

Para os líderes, boas habilidades de comunicação empresarial também são essenciais para alcançar os objetivos da companhia no competitivo mercado global.

Tornar uma empresa global apresenta desafios únicos que vão além das barreiras linguísticas. Embora cursos de idiomas para negócios sejam um investimento básico, a cultura organizacional como um todo deve ser adaptada para atender a esses desafios, a fim de garantir que a empresa esteja bem-posicionada para ter sucesso.

Isto é, empresas globais precisam entender e se adaptar às culturas e contextos locais em que operam, o que requer mudanças também na gestão de talentos, na comunicação internet e, muito importante, na cultura de aprendizagem.

Empresas globais têm funcionários de diferentes países, culturas e origens, e é preciso incluir essas diferenças e respeitar as diversas perspectivas nos programas de treinamento e desenvolvimento. Operar em diferentes fusos horários e idiomas também dificulta a comunicação e a colaboração. Não por acaso, saber como evitar conflitos em equipes globais é uma habilidade essencial para os líderes do futuro.

Na Hult EF, pensando nessas mudanças de cultura de aprendizagem tão necessárias para que uma empresa tenha uma jornada de sucesso em suas aberturas para o mundo, oferecemos um programa de Comunicação Intercultural. Seja na versão para executivos seniores, para gerentes e altos talentos, ou para todos os colaboradores, nossos cursos capacitam equipes com foco na atuação em uma empresa global, fornecendo ferramentas para uma conexão diversa e eficaz.