Os impactos da Inclusão Produtiva nos negócios e na sociedade

Entenda os ganhos para as corporações da adoção de práticas voltadas a inserção no mercado de trabalho de grupos socialmente vulneráveis

A inclusão produtiva tem se tornado uma pauta importante para empresas em todo o mundo. Trata-se de um processo que visa promover a inserção no mercado de trabalho de grupos socialmente vulneráveis, seja via emprego formal ou via empreendedorismo.

No contexto atual, em que já ficou mais do que óbvia a necessidade de as empresas priorizarem ações de ESG, a inclusão produtiva é uma ferramenta que pode enriquecer a empresa do ponto de vista humano, assim como trazer resultados a longo prazo também no desempenho do negócio.

Mas é preciso entender também os desafios desse segmento e como responder a uma situação que vai da detecção de talentos até a formação desse profissional, que lida com a exclusão do mercado de trabalho, com possíveis déficits tecnológicos, e muitas vezes não recebe sequer informações a respeito de vagas com perfil corporativo.

A inclusão produtiva é uma estratégia que busca garantir o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica ao mercado de trabalho e aos meios de produção. Essa estratégia pode ser implementada por governos, organizações da sociedade civil e empresas, e tem como objetivo promover a geração de renda e a inclusão social.

Ao oferecer oportunidades de trabalho e de desenvolvimento para as pessoas em situação de vulnerabilidade, a inclusão produtiva é uma importante ferramenta para combater a pobreza e a exclusão social. A estratégia pode ser implementada de diversas formas, como por meio de programas de microcrédito e de fomento à agricultura familiar, entre outras.

Nas iniciativas empresariais, podemos citar o acesso à capacitação e qualificação profissional, a oferta de vagas de trabalho e estágio e a inclusão de fornecedores e parceiros comerciais de pequeno porte. Essas ações visam proporcionar oportunidades para pessoas que enfrentam barreiras para ingressar no mercado de trabalho, como falta de qualificação, baixa escolaridade, deficiência ou discriminação.

O tema ganhou bastante visibilidade no mundo corporativo no fim de 2022, quando a Ambev apresentou seu ambicioso projeto de inclusão produtiva no seu ESG Day. Batizada de Bora, o projeto tem como meta dar novas perspectivas para 5 milhões de pessoas nos próximos dez anos, através de iniciativas diversas, como programas locais de capacitação de jovens e para desenvolver o empreendedorismo para o pequeno varejo.

A inclusão produtiva traz vários benefícios para os negócios, especialmente para aqueles que buscam práticas sustentáveis e responsáveis. Ao promover a inclusão de pessoas, as empresas podem ampliar sua base de fornecedores e parceiros de negócios, diversificar seus produtos e serviços e, consequentemente, aumentar sua competitividade.

A promoção da diversidade e equidade também está presente na inclusão produtiva, por meio da inclusão de pessoas de diferentes origens, raças, gêneros e orientações sexuais no mercado de trabalho. Isso pode trazer benefícios para a empresa, como a promoção de uma cultura organizacional inclusiva e a melhoria da imagem corporativa. Além disso, a inclusão produtiva pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e econômicas.

Outras grandes empresas têm implementado a inclusão produtiva com sucesso, alcançando resultados positivos para o negócio e para a sociedade. Um exemplo é a PwC Brasil, que lançou em 2021 o programa Access Your Potential (AYP), que visa maximizar o potencial de jovens em contextos adversos, criando possibilidades de carreira e inclusão produtiva.

O Instituto Coca-Cola também tem um projeto para impactar milhões de jovens em situação de vulnerabilidade, com foco na inclusão produtiva, através do Coletivo Online, um curso digital e gratuito que capacita jovens em situação de vulnerabilidade social e conecta com oportunidades de emprego em empresas parceiras.

Em uma entrevista para a Hult EF, Janaina Oliveira, Desenvolvedora de Parceiras do Instituto Coca-Cola, afirmou que “um dos pilares mais importantes quando se fala de D&I é a educação, uma ferramenta poderosa para aproximar realidades e construir espaços de aprendizagem e ações afirmativas dentro das companhias de forma que exista uma inclusão produtiva de jovens talentos e a criação de times diversos”.

Embora a inclusão produtiva traga benefícios para empresas e sociedade, sua implementação pode enfrentar alguns desafios, como falta de recursos, resistência cultural e falta de capacitação para lidar com a diversidade.

Para superá-los, é importante investir em capacitação para líderes e colaboradores com programas de educação corporativa, criar parcerias com instituições e organizações que trabalhem com inclusão produtiva, desenvolver políticas e ações específicas para inclusão e promover a conscientização sobre D&I no ambiente de trabalho.

A promoção de uma cultura organizacional inclusiva é um passo importante para manter a inclusão produtiva a longo prazo. A capacitação constante dos líderes e colaboradores, a avaliação periódica dos resultados, o estabelecimento de metas e objetivos claros e o envolvimento de toda a empresa também são essenciais.

Para promover a inclusão produtiva, é importante adotar estratégias eficazes, como mapeamento das necessidades de inclusão produtiva da organização, incentivo à diversidade e à inclusão, desenvolvimento de programas de capacitação e qualificação profissional, estabelecimento de parcerias com fornecedores e parceiros comerciais de pequeno porte e adoção de políticas de recrutamento e seleção inclusivas.

O papel das lideranças, como em outras transformações, é essencial. Por isso, na Hult EF, nosso programa de Educação Executiva se preocupa em criar competências para que os líderes possam ter impacto positivo não só nas empresas, mas também na sociedade.